"(...) Então, enquanto fumava o meu charuto, estranhamente se apossaramde mim os sentimentos que Jacinto outroraexprimentara no meio da Natureza, e que tanto me divertiram. Ali, à porta do café, entre a indiferença e a pressa da Cidade, também eu senti, como ele no campo, a vaga tristeza da minha fragilidade e da minha solidão. Bem, certamente estava ali como perdido num mundo,que não era fraternal. Quem me conhecia? Quem se interessaria por Zé Fernandes? Se eu sentisse fome, e o confessasse, ninguém me daria metadde do seu pão. Por mais aflitamente que a minha facce revelasse uma angústia, ninguém na sua pressa pararia parame consolar. De que me serviriam também as excelências da alma, que só na alma florescem? Se eu fosse um santo, aquela turba não se importaria com a minha santidade; e se eu abrisse os braços e gritasse, ali no Boulevard - «ó homens, meus irmãos!» os homens mais ferozes que o lobo ante o Pobrezinho de Assis, ririam e passariam indiferentes. (...)"
Eça de Queirós, A cidade e as Serras
"O Rancho Folclórico de Torres Novas, fundado a 8 de Janeiro de 1958, apresentou, nesse mesmo ano, pela primeira vez os seus trajes, danças e cantares na Feira do Ribatejo em Santarém. (...)" Considerada a estreia oficial do nosso grupo, graças ao Homem que sempre se ligou ao Ribatejo e que "Criou" a tão conhecida Feira do Ribatejo, de seu nome Celestino Graça.
"...Torres Novas, importante vila de outrora, foi elevada a Cidade no ano de 1985. Localizada na província do Ribatejo, foram feitas recolhas de Norte a Sul deste concelho, onde o Bairro, a Charneca e a Lezíria se confrontam. A norte para o qual estamos voltados, o Bairro reina com a Beleza, a Harmonia e as cores pardas que contrastam com a alegria e as cores vivas da gente rural...."
O Rancho de Torres Novas centrou o seu trabalho de pesquisa de norte a sul do concelho, excluindo a zona este do mesmo. Precorrendo as seguintes loaclidades: Pedrógão, Zibreira, Alquideidão, Alcorochel, Parceiros de S. João, Chancelaria, Carvalhal da Aroeira, Liteiros, Assentiz, Lapas, Carvalhal do Pombo, Casal da Pinheira, Ribeira Branca, Casais Martanes e claro Torres Novas. Não foi recolhida qualquer tipo de referência em Riachos por respeito ao Rancho local que se formara no naquele ano.
"Como principais danças, destacavam-se os Fadinhos, Verde Gaios, Valsa e Moda a Dois Passos, Fados, Bailaricos e claro, os Fandangos. Os Trajes representam, fielmente, as vestes das gentes de Torres Novas dos finais do século XIX e inícios do século XX, onde as cores e temperamentos distintos se aliavam num só." Todas estas danças e cantares foram recolhidos naquele ano de 1958, como todos os Torrejanos sabem na dita "capital" do Folclore do nosso grupo, a aldeia de Casais Martanes. Pois foi nesse ano que um "velhinho" de seu nome Tí Zé Henriques e sua mulher a Tí Luiza... Dois humanos maravilhosos que ensinaram aos nossos jovens fundadores todas as modas que se lembram de ver as suas mães dançar.
"Somos assim, sócio fundador da Federação do Folclore Português, membro da Associação de Defesa de Folclore da Região dos Templários e membro efectivo da INATEL.
Como tal, é com orgulho que revelamos que o Rancho Folclórico de Torres Novas é um justo representante do Folclore Torrejano e do Ribatejo."
Comissão Administrativa 2011
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